DISBIOSE DO TRATO GASTROINTESTINAL E DOENÇA DE ALZHEIMER

revisão integrativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21116/is.v1i1.954

Palavras-chave:

Microbiota intestinal, Doença de Alzheimer, Neuroinflamação

Resumo

Resumo: Esta revisão integrativa teve por objetivo verificar as associações possíveis entre disbiose intestinal e Doença de Alzheimer (DA). Foi realizada busca sistematizada nas bases de dados Medline, Lilacs, PubMed e Scielo, com os termos Alzheimer’s disease, Gut microbiota e Neuroinflammation. A patogênese da DA apresenta alta relação com a imunidade.  Os pacientes com DA têm diferenças significativas na taxonomia microbiana intestinal, com diminuição de inúmeras bactérias Gram-positivas, e aumento de várias Gram-negativas. Dentre os mecanismos envolvidos na patogênese estão: liberação de moduladores inflamatórios, proteína beta-amilóide (Aβ) e outras substâncias neurotóxicas, que induzem a neuroinflamação; aumento da permeabilidade das membranas no trato gastrointestinal e na barreira hematoencefálica, facilitando o aumento da agregação Aβ e lipopolissacarídeos, redução de ácidos graxos de cadeia curta (SCFAs) e baixos níveis de ácido γ-aminobutírico (GABA); excitotoxicidade do glutamato associada à neurodegeneração tardia; diferença nos níveis de aminoácidos e SCFAs, associando o APOE4 à DA. Conclui-se que os principais mecanismos de associação entre disbiose e DA envolvem acumulado de Aβ e emaranhados neurofibrilares, astrogliose associada à ativação microglial, neuroinflamação, estresse oxidativo e lesão de neurônios colinérgicos. E, apesar da disbiose ser associada a fatores genéticos, tem aumentado o número de estudos relacionando-a a fatores comportamentais como dieta, uso excessivo de antibióticos e disfunções metabólicas passíveis de controle.

Biografia do Autor

LETICIA BACIUK-SOUZA, Faculdade de Ciências Médicas de Santos. Fundação Lusíada.

Discente concluinte do Curso de Medicina, da Faculdade de Ciências Médicas de Santos. Fundação Lusíada. Santos, SP. 

DRA. ERICA PASSOS BACIUK, UNIFAJ

Graduada em Fisioterapia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1992). Mestre em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas (2000). Doutora em Tocoginecologia - Ciências Médicas pela Universidade Estadual de Campinas (2005). Especialista em Osteopatia - Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (2021). Atualmente é professor titular - Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino - FAE. No Centro Universitário de Jaguariúna - UniFaj (grupo UniEduK) é professor titular no curso de graduação em fisioterapia. É gestora do curso de graduação em fisioterapia no Centro Universitário de Jaguariúna - UniFaj (grupo UniEduK) desde 2009. Tem experiência na área de Fisioterapia, Osteopatia e Educação Física. Atua principalmente nos seguintes temas: Qualidade de vida, Políticas Públicas de Promoção de saúde, Osteopatia, Saúde da Mulher, Fisioterapia Pélvica, Geriatria, Reabilitação cardíaca e Neurologia adulto.

DRA. MARÍZIA DO AMARAL TOMA, Faculdade de Ciências Médicas de Santos. Fundação Lusíada.

Graduada em Bacharelado em Biologia pela Universidade do Sagrado Coração em 1995, seguiu sua formação acadêmica com um Mestrado em Ciências Biológicas (Zoologia) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho em 1999 e um Doutorado em Biologia Funcional e Molecular pela Universidade Estadual de Campinas em 2003. Atualmente, exerce a função de Professor Doutor no Centro Universitário Lusíada - UNILUS e na Universidade do Oeste Paulista - UNOESTE, ministrando aulas de Graduação nos Cursos de Ciências Médicas com enfoque em Fisiologia e Histologia. Com uma vasta experiência nas áreas de Fisiologia, Histologia e Biologia Geral, concentrando-se especialmente em Neurofisiologia, suas pesquisas se concentram na Neurobiologia da Aprendizagem, Memória e Comportamento, além de investigações em Histopatologia da Epilepsia.

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Publicado

2024-10-16

Como Citar

BACIUK-SOUZA, L., PASSOS BACIUK, E., & do Amaral Toma, M. (2024). DISBIOSE DO TRATO GASTROINTESTINAL E DOENÇA DE ALZHEIMER: revisão integrativa. Intellectus Saúde, 1(1). https://doi.org/10.21116/is.v1i1.954