NOTAS PARA PENSAR A ÉTICA, A EDUCAÇÃO E A ESCOLA
Resumo
No momento em que em nome da ética o discurso se torna fragmentado, pluralizado, é necessário interrogar pela sua natureza e estrutura. Como pensar hoje as questões da convivência, da cidadania, da democracia, da autonomia, da igualdade, da justiça e da liberdade, visando ao bem comum, quando a força motriz das representações, do simulacro e do imediato desgoverna, desorienta e fragmenta o rumo e o sentido da cultura, das tradições, da história, da existência da humanidade? Se a educação, na era da mundialização, parece perder sua arkhé, princípio fundante de sua existência, é preciso perguntar pelo seu sentido e gênese. O que prevalece e parece dar sentido às relações políticas, econômicas e sociais são os conceitos de competitividade, qualidade total, eficiência e eficácia. Pensar em uma outra sociedade, cultura, educação e escola é, em primeiro lugar, destruir os velhos costumes, desapropriar as arraigadas práticas e hábitos ancorados no reino do banal, da insignificância, da dissimulação, do pronto e acabado. É romper com essa força que desaloja e desabriga o homem de sua morada.