LEVANTAMENTO ETNOBOTÂNICO DE ESPÉCIES MEDICINAIS NO NOROESTE PAULISTA

Autores

  • Alexandre Gibau de LIMA Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – Universidade de São Paulo
  • Lindolpho CAPELLARI JR. Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – Universidade de São Paulo
  • Luiz Felipe MARTIN Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – Universidade de São Paulo
  • Jorge Luiz Cambui MELLI Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Levantamento etnobotânico, noroeste paulista, planta medicinal

Resumo

Os municípios de Sud Mennucci e Araçatuba, localizados no noroeste do Estado de São Paulo, estão situados na transição de dois dos mais ricos biomas do planeta: Floresta Atlântica e Cerrado. Estes, no entanto, sofrem graves ameaças em função de atividades agrícolas e urbanização que colocam em perigo a sobrevivência de inúmeras espécies, muitas delas ainda pouco estudadas e às vezes, até desconhecidas pela ciência. Em função da imensa riqueza da flora presente nesses dois biomas e a preservação do conhecimento popular sobre plantas medicinais, o presente projeto foi desenvolvido em duas propriedades: uma rural em Sud Mennucci, denominada "Fazenda São Paulo", onde uma antiga área de pastagens, às margens do rio Tietê, está em pleno processo de restabelecimento de sua antiga vegetação. Aí foram inventariadas 80 espécies medicinais, devidamente fotografadas, coletadas e identificadas. Os resultados desse levantamento parcial servirão de base para a coleta de sementes para produção comercial sustentável de plantas medicinais, estudos sobre melhoramento genético e para um guia de espécies medicinais da propriedade; a segunda propriedade, em Araçatuba, denominada "Araçatuba Botânico Hotel", já bastante alterada em termos de vegetação, teve seu levantamento etnobotânico realizado em áreas perturbadas e no viveiro onde são cultivadas plantas alimentícias (convencionais ou não), medicinais, aromáticas e condimentares empregadas no próprio hotel. Nesta propriedade 26 espécies medicinais foram fotografadas, coletadas e identificadas. Ambas as propriedades pertencem ao engenheiro agrônomo e empresário Ricardo Mickenhagen. O resultado obtido nos dois levantamentos parciais apresentou a riqueza florística da região e seu potencial terapêutico. Entre espécies de destaque foram encontradas: espinheira-santa, guaçatonga, caçaú, mulungú, ipê-verde, mamica-de-cadela, maracujás, cidreiras-brasileiras, arnicas-brasileiras, assa-peixe e tantas outras. Esse projeto, além do incremento no conhecimento florístico paulista serve como modelo de sustentabilidade e valorização de plantas medicinais, bem como para estimular a produção de matérias-primas para farmácias de manipulação, a ser realizada por pequenos produtores.

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Publicado

01/04/2016