ESTUDOS ETNOBOTÂNICOS DAS “PATAS-DE-VACA” (Bauhinia spp.)

Autores

  • A.H. Domingos Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
  • L. Capellari Jr. Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”

Palavras-chave:

Pata-de-Vaca, Plantas Medicinais, Bauhinia

Resumo

As espécies de patas-de-vaca são classificadas no gênero Bauhinia L. da família Fabaceae (ou Leguminosae) que é constituído por cerca de 300 espécies, sendo que aproximadamente 200 podem ser encontradas no território brasileiro com ampla distribuição geográfica e algumas dessas são medicinais. As plantas desse gênero possuem porte arbóreo, arbustivo ou escandente; folhas geralmente coriáceas, bifolioladas, isto é, apresentam dois folíolos, frequentemente unidos e então denominadas folhas bifolioladas geminadas, caráter esse que atribui o nome popular às plantas do gênero; flores zigomorfas, de coloração variada; fruto do tipo legume. A Etnobotânica é a ciência multidisciplinar que se ocupa do estudo das plantas estabelecendo relações diretas com outras áreas, como a Farmacologia e Agronomia. Assim, do ponto de vista medicinal, tradicionalmente, difundiu-se Bauhinia forficata Link, que possui pétalas brancas e lineares como detentora dessas propriedades. Já nas regiões de Cerrado e Amazônia, a medicina popular registra o uso de Bauhinia rufa (Bong.) Steud. e Bauhinia guianensis Aubl., respectivamente. De origem indiana, Bauhinia variegata L. (com quatro variedades) é amplamente empregada na arborização urbana, principalmente nas Regiões Sul e Sudeste, devido ao seu potencial ornamental e tolerância às geadas. Tal predominância fez, e continua fazendo, com que, durante muito tempo, a população venha confundindo as espécies e fazendo uso desta última como medicinal, principalmente de Bauhinia variegata var. candida (Aiton) Buch.-Ham., que apresenta flores brancas, semelhantes às de B. forficata aos olhos de um leigo. Embora seja facilmente confundida, a espécie tipicamente medicinal pode ser distinta vegetativamente pela presença de espinhos pareados na base de suas folhas e pelo ápice pontiagudo dos folíolos. Quanto aos aspectos agronômicos, essas plantas são propagadas por sementes e possuem fácil manejo, oferecendo grande potencial para produção visando o abastecimento de matéria prima às farmácias de manipulação de fitoterápicos, exportação de material seco e destinação de mudas para serem utilizadas na arborização urbana, perpetuando a cultura da fitoterapia.

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Publicado

01/04/2016