LEVANTAMENTO ETNOBOTÂNICO DAS ESPÉCIES MEDICINAIS DE UM REMANESCENTE FLORESTAL EM SANTA BÁRBARA D'OESTE, SP
Palavras-chave:
Plantas Medicinais, Remanescente Florestal, EtnobotânicaResumo
Na “Fazenda Nossa Senhora Aparecida” localizada no município de Santa Bárbara D'Oeste, divisa com Piracicaba, às margens do Rio Piracicaba, Estado de São Paulo, foi realizado levantamento etnobotânico em remanescentes de Floresta Atlântica, um dos biomas de maior biodiversidade no mundo, apresentando uma enorme variedade de espécies vegetais, muitas das quais são consideradas medicinais e utilizadas pelo Sr. Rosivaldo Pereira dos Santos, proprietário da área e descendente de indígenas que possui um rico conhecimento de seu uso popular. Nessa área são encontrados três grupos de plantas: espécies nativas, invasoras (“daninhas”) e cultivadas (brasileiras ou exóticas). A erva-baleeira, por exemplo, apesar de ser brasileira, não é dessa região, mas se deu muito bem aí, em condições de cultivo. A maior parte das espécies, no entanto, não está cientificamente identificada, o que restringe a sua exploração e os conhecimentos sobre elas. Desta forma havia uma necessidade urgente de se fazer um inventário florístico da área, com o objetivo de esclarecer tanto a classificação botânica das espécies consideradas medicinais, como correlacionar o saber popular ao conhecimento científico. Assim, foi realizado o levantamento dessa propriedade rural, através de visitas mensais durante dois anos. No total foram identificadas cerca de 150 espécies indicadas pelo proprietário como medicinais, pertencentes a 55 famílias botânicas, sendo Asteraceae (= Compositae) e Fabaceae (= Leguminosae) as mais representativas. Além disso, o presente trabalho apresenta as indicações terapêuticas e informações sobre as partes usadas da planta medicinal, de acordo com o conhecimento popular e com a literatura. Muitas foram as espécies brasileiras encontradas tais como: espinheira-santa, copaíba, embaúba, cedro, arnicas-brasileiras, jambus, caçaú, maracujá, guaçatonga, entre outras. Esses estudos etnobotânicos visam contribuir para a gestão e conservação dos recursos naturais e espera-se que os resultados obtidos sirvam como estímulo para novos estudos sobre os constituintes químicos e as propriedades farmacológicas das plantas medicinais brasileiras, aumentando o uso dessas espécies e incentivando o seu cultivo.