CONHECIMENTOS ETNOBOTÂNICOS DE PLANTAS MEDICINAIS

UMA VISÃO GERAL DO VALE DO RIBEIRA (ELDORADO, SP), BRASIL

Autores

  • Felipe Carvalho Beltrão CAVALCANTI Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – Universidade de São Paulo
  • Jorge Luiz Cambui MELLI Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – Universidade de São Paulo
  • Lindolpho CAPELLARI JR. Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – Universidade de São Paulo
  • Walterly Moretti ACCORSI Laboratório Fármaco-Botânico Prof. Walter R. Accorsi Ltda. Me
  • Andréa Virginia Athayde WENZEL Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Plantas Medicinais, Etnobotânica, Mata Atlântica

Resumo

O principal objetivo deste trabalho foi contribuir com o conhecimento do potencial medicinal da Flora brasileira, atendendo a demanda da “Política Nacional Brasileira de Plantas Medicinais e Fitoterápicos”, através da identificação botânica correta de espécies vegetais e suas utilizações como medicinais, de um remanescente florestal do Bioma Floresta Atlântica. A área de estudo foi a propriedade “Morada das Nascentes”, do Sr. César Augusto Leite de Oliveira, localizada no município de Eldorado, região do Vale do Ribeira, SP. Nesta fazenda são mantidos intactos vários quilômetros quadrados de Mata Atlântica, o bioma mais ameaçado do Brasil e, paradoxalmente, um dos detentores das maiores taxas de biodiversidade do nosso país. As coletas foram realizadas em áreas de floresta primária e secundária, bem como em áreas de influências antrópicas (em regeneração como capoeiras, beiras de estradas, pastagens e entornos de construções), preferencialmente em períodos de reprodução (floração e/ou frutificação), em todas as estações, mensalmente, durante os anos de 2009 e 2010. Essas visitas de coleta foram auxiliadas por um senhor conhecedor do uso popular das plantas medicinais daquela região, Sr. Carlos Novi, cujo conhecimento foi adquirido ao longo de décadas com comunidades tradicionais e com a prática de manejo e uso. Os ramos (ou pequenas plantas inteiras) coletados foram prensados, dessecados e montados em exsicatas e este acervo encontra-se no Laboratório de Plantas Medicinais do Departamento de Ciências Biológicas da ESALQ. De acordo com informações do “mateiro”, cerca de 120 espécies locais são empregadas com usos medicinais; destas, cerca de 80% foram coletadas neste projeto. Diversas espécies vegetais que poderão vir a ser utilizadas para a produção de medicamentos foram encontradas nesta pesquisa, o que destaca a importância de se manter o conhecimento etnobotânico vivo e ativo. Os resultados obtidos foram apresentados no 13º Congresso Internacional de Etnofarmacologia realizado em 2012, eleito como o Ano da Sustentabilidade, na cidade de Graz, na Áustria.

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Publicado

01/04/2016