PROJETO FARMACIA VIVA
TRABALHO COM PLANTAS MEDICINAIS NA REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL DE USUÁRIOS DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS
Palavras-chave:
Redução de Danos, Atenção Básica, Plantas MedicinaisResumo
O trabalho conta da experiência de uma proposta de Horta Medicinal e o incentivo do plantio de plantas medicinais onde os atores são os trabalhadores e usuários da Unidade de Saúde do bairro Paraíso na cidade de Sumaré-SP. A partir do referencial da Redução de danos onde a autonomia e o respeito da maneira dos usuários andarem na vida, o encontro aconteceu. Um encontro de saberes, memórias afetivas e histórias onde a cultura sertaneja foi se pintando como num retrato de aquarela. O acolhimento da família com objetivo de ampliar a capacidade de vínculo e abordar a co-dependência tem sido um dos caminhos que culminou na organização de projetos do grupo. Assim, foi possível a criação de uma horta medicinal no terreno anexo da unidade e confecção de mudas. Outras Farmácias vivas tem sido incentivadas pelo bairro, em terrenos abandonados ou cedidos. A convivência continua e semanal do grupo e os projetos levados pelos participantes do grupo com apoio de alguns trabalhadores da unidade e gestora local foram essenciais para a manutenção da horta: rega diária e nos finais de semana, a montagem e venda das mudas em frente da unidade. A política de Redução de Danos está inserida no movimento da Luta Antimanicomial que culminou na Reforma Psiquiátrica permitindo assim o tratamento em liberdade daqueles que por muito tempo foram considerados os portadores da “loucura” em nossa sociedade. Essa realidade ainda persiste sendo as comunidades terapêuticas sua grande expressão, onde a internação (muitas compulsórias) a única oferta de tratamento para os usuários. A Redução de Danos além de desmistificar o uso de substâncias psicoativas na sociedade do consumo excessivo, vem também consolidando um campo de conhecimentos e práticas de cuidado, na contramão das comunidades terapêuticas.