PRÁTICAS BIOMÉDICAS EM UM BANCO DE LEITE HUMANO DURANTE A PANDEMIA DO SARS-CoV-2 (COVID-19)

RELATO DE EXPERIÊNCIA

Resumo

O aleitamento materno é essencial na redução da mortalidade neonatal. Com isso, os bancos de leite humano (BLH) além de sua atuação na coleta e no processamento do leite, promovem ações de proteção e apoio a amamentação. Assim, este estudo teve como objetivo relatar as práticas de biomédicos residentes em um BLH de um hospital amigo da criança durante a pandemia do COVID-19. Em razão desse cenário, todos os protocolos do BLH foram revisados. Como atividades desenvolvidas no BLH nesse período, estiveram a recepção e o registro das nutrizes em horários agendados para evitar aglomeração e o uso obrigatório de máscara; e foi fundamental o cumprimento de todas as medidas de higienização pelas doadoras para evitar a contaminação. As etapas do processamento do leite humano não foram alteradas, uma vez que já eram realizadas com controle rigoroso de qualidade. Devido ao isolamento social, houve uma redução significativa na captação de doadoras externas e consequentemente, queda na quantidade de leite para distribuição. Questionamentos quanto a possível proteção por anticorpos neutralizantes provenientes da mãe bem como a possibilidade de infecção pelo leite materno foram marcantes. Apesar disso, em atualizações, a Organização Mundial da Saúde não recomendou a separação mãe-bebê. Entretanto, a doação por parte de mulheres com suspeita de infecção foi contraindicada. Desse modo, ainda permanece como um desafio elevar o número de nutrizes doadoras e de leite arrecadado, para isso, é necessário a adoção de estratégias que revertam esse estado, abrangendo toda a equipe multiprofissional e a sociedade.