COMPOSIÇÃO QUÍMICA E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DAS ESPÉCIES POPULARMENTE CONHECIDAS COMO “SAIÃO”
Palavras-chave:
UHPLC-MS, Flavonoides, KalanchoeResumo
Kalanchoe pinnata (Lam.) Pers. e Kalanchoe crenata (Andrews) Haw., popularmente conhecidas como “saião” ou “courama”, são espécies utilizadas indistintamente na medicina popular brasileira no tratamento de furúnculo, tosse, salpingite e gastrite. Os extratos destas espécies apresentaram diversas atividades biológicas como antimicrobiana, antioxidante, anti-inflamatória e cicatrizante. Ao passo que K. pinnata é uma espécie pantropical e amplamente investigada na literatura, K. crenata é nativa do território brasileiro e vem sendo cada vez mais estudada; apesar dos flavonoides constituírem a principal classe de bioativos destas espécies, ambas possuem composições químicas distintas e não totalmente elucidadas. Logo, este trabalho tem como objetivo a comparação entre K. pinnata e K. crenata em relação à composição química e atividade antioxidante. Foram realizadas análises UHPLC-MS de extratos hidro etanólicos de folhas das duas espécies, bem como quantificação de fenóis e flavonoides totais e determinação da atividade antioxidante. Compostos de maior polaridade foram detectados em ambas as espécies no início da corrida cromatográfica, tanto em modo negativo quanto positivo, provavelmente correspondendo a componentes do metabolismo primário. Em relação aos metabólitos secundários, principal fonte vegetal de bioativos, íons correspondentes a flavonoides foram detectados em K. pinnata e K. crenata, apesar de serem qualitativamente diferentes entre as duas espécies. Os teores de fenóis e flavonoides em K. pinnata foram cerca de duas vezes maiores em relação a K. crenata. Uma tendência similar foi observada na atividade antioxidante através dos ensaios DPPH e ABTS, nos quais K. pinnata exibiu atividade mais intensa em relação a K. crenata. Entretanto, no ensaio ORAC, que possui um mecanismo de ação diferente dos outros ensaios, as duas espécies apresentaram atividades similares. Apesar de serem usadas indiferentemente na medicina popular, os presentes resultados corroboram a diferenciação química e de bioatividades das duas espécies de “saião”, mesmo havendo convergência no resultado de um dos ensaios antioxidantes.