DIFERENÇA ENTRE DUAS ESPÉCIES DE GUACO (M. laevigata e M. glomerata) E SUAS VARIAÇÕES MENSAIS AO LONGO DE UM ANO

Resumo

Mikania glomerata e Mikania laevigata são conhecidas popularmente como guaco. O uso preconizado desse fitoterápico é na forma de chás e xaropes para problemas inflamatórios do trato respiratório. Ambas constam no 1º Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira (2011), aparentemente podendo ser utilizadas indistintamente. Contudo, estudos preliminares utilizando extratos aquosos e etanólicos mostraram que a composição química entre essas espécies difere. Também houve diferenças quando as plantas foram submetidas a diferentes estresses ambientais. Porém, poucos estudos foram realizados com os compostos voláteis do guaco, menos ainda se tem sobre a alteração dos aromas frente a variação abióticas. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar como os compostos voláteis variam mensalmente ao longo de um ano. Amostras de folhas de M. laevigata e M. glomerata foram coletadas mensalmente do campo experimental do Instituto de Biologia – UNICAMP entre agosto de 2016 a julho de 2017. A identificação dos voláteis se deu por microextração em fase sólida (SPME) e as análises, por Cromatografia Gasosa com Espectrometria de Massas (GC-MS). Realizando uma análise exploratória de componentes principais (PCA), observou-se que as duas espécies apresentam composição química diferente. Para M. glomerata, os compostos voláteis hexanal e 2-hexenal foram mais intensos em todos os meses. Limoneno, copaeno e β-cariofileno foram decisivos na separação de M. laevigata e foram mais intensos em todos os meses para essa espécie. Apenas M. laevigata apresentou o composto cumarina, considerado pela ANVISA o marcador químico da espécie e aparentemente o composto responsável pelas atividades terapêuticas. Deste modo, M. laevigata e M. glomerata aparentemente não podem ser utilizadas indistintamente.